Atentado na Noruega – As possíveis ligações perigosas do assassino

O Fanatismo revela sua nova face. Anders Behring Breivik, autor confesso do atentado em Oslo, na Noruega, que exterminou a vida de dezenas de pessoas, publicou na internet um manifesto revelando detalhes de sua ação criminosa. Quem imaginou que o terrorismo era exclusividade do fundamentalismo islâmico estava redondamente enganado. O Manifesto escrito em inglês, com título traduzido: Uma declaração de Independência Europeia – 2083 contém 1.500 páginas, revela detalhes aterradores sobre o pensamento, personalidade, hábitos, e ligações do insano norueguês.

Interessante notar a menção feita à Maçonaria, e à uma certa organização representativa da antiga Ordem dos Cavaleiros Templários.

Mesmo antes de colocar o manifesto (vídeo) na internet, Behring, já havia postado na rede social do Facebook seu depoimento com foto, em que vestia paramentos usados na Maçonaria. Como pode um iniciado em uma Instituição universal tida como defensora da paz e terminantemente contra a intolerância e o fanatismo, abrigar em seus quadros um assassino que se declara cristão extremista de ultra direita? Se composta por homens livres e de bons costumes, incentivaria atos de terrorismo e extrema violência?

Certamente que não. 

Evidências dão conta que a iniciação de Anders Behring Breivik na Maçonaria era recente. E tratava-se de um embuste conduzido por ele mesmo. A mídia europeia tratou logo de evidenciar que a ação terrorista solitária do norueguês tinha influência da Ordem maçônica. Que refutou as ilações da imprensa, e imediatamente tomou providências em relação ao fato. A Maçonaria jamais permitiria a presença em seus quadros de um membro que viesse a contrariar os nobres princípios da Organização. Posto que, pugna pelo aperfeiçoamento moral e intelectual de seus iniciados, e trabalha objetivando o bem estar geral da humanidade independentemente de opções religiosas e posições político-partidárias.

No manifesto, Breivik, também revela pertencer a uma organização secreta representativa da Ordem dos Cavaleiros Templários, que almejava formar o principal movimento revolucionário conservador da Europa Ocidental e destruir o Islã na Europa. Ele teria feito uma viajem à Londres para se filiar ao grupo, fundado em 2009. Novamente, há outra interpretação equivocada quando se tenta criar uma ligação com algum grupo que coordenara a ação, ou orientado o homem a praticar o violento atentado. E que estaria por detrás disso tudo. Um artigo do jornal La Vanguardia, se refere ao “fanatismo” que movia os Templários, como inspiração do assassino de Oslo. Veja aqui, o comentário e a tradução na íntegra do artigo. 

Outra reportagem, menciona uma entrevista com o blogueiro britânico, Paul Ray, que confirma a “existência de um grupo anti-islâmico inspirado nos antigos cruzados”. Ray, teria pertencido a este grupo há muito tempo, e garante nunca ter ouvido falar do norueguês antes dos ataques. Apesar das revelações de Breivik no manifesto.

Na idade média, a Igreja católica cria “As Cruzadas”. Chamados “cruzados”, exércitos cristãos defenderiam os domínios dos papados da invasão dos “infiéis” islâmicos. E com elas surge a Ordem dos Cavaleiros Templários, ou Templários. Primeiramente chamada Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, foi criada por nove monges guerreiros chefiados por Hugo de Payens, em 1118. Payens, recebe anuência do Papa Clemente V, e tem como missão, a princípio, proteger os peregrinos que se dirigiam ao Templo de Salomão, em Jerusalém, para orar.

A Ordem, torna-se tão poderosa e influente com conquistas e vitórias nas batalhas que desperta a inveja e a ganância do Rei da França, Felipe IV, chamado O Belo, que arma um complô juntamente com o Papa, para extingui-la. O que vem acontecer em 1314, com a morte na fogueira dos seus últimos líderes, acusados de heresia, prática de rituais pagãos, e outros crimes. Ponto. 

Reza a história universal, que remanescentes da Ordem, fogem para outros países, como Inglaterra e Escócia. A partir deste momento começa a surgir uma infinidade de organizações que se proclamam herdeiras da misteriosa Ordem dos Cavaleiros Templários. Inclusive a Maçonaria, como afirmam alguns estudiosos das ditas sociedades secretas. O que não é verdade. Apesar de existirem em grande número (mais ou menos quatrocentas), o Vaticano reconhece somente duas, dessas organizações, como suas legítimas herdeiras. 

Posto isso, fica realmente difícil deduzir ou concluir, se existiu comprovadamente a influência de alguma organização ou grupo, que agiu por trás deste monstruoso ato de terrorismo. Como querem nos levar a crer. Pelo menos, nenhuma dessas mencionadas pelo autor. É muito provável que tenha agido sozinho. No que não acredita a policia norueguesa.

Breivik, declara no manifesto que durante a execução de seu maligno plano, consumia esteróides e efedrina. Segundo ele, para aumentar a sua agressividade, desempenho físico e foco mental. O que atesta seu alto grau de demência. “Não vou fingir que sou uma pessoa profundamente religiosa, pois isso seria mentira. Sempre fui pragmático e influenciado pelo ambiente secular em que vivo” – afirmou.