Segundo levantamento da Forbes, ao menos 26 bilionários e famílias de alto patrimônio líquido contribuíram com mais de US$ 100 mil cada para financiar comitês e campanhas de oposição ao candidato.
No total, as docações superaram US$ 22 milhões. Entre os nomes mais influentes estão o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg e o investidor Bill Ackman, ambos críticos das propostas de aumento de impostos para grandes fortunas.
As principais frentes de arrecadação contra Mamdani foram os grupos “Fix the City” (Conserte a Cidaade, em tradução livre), que apoiava Cuomo, e “Defend NYC”, criado exclusivamente para atacar o socialista. Juntos, arrecadaram quase US$ 10 milhões desde as primárias democratas de junho – US$ 7,3 milhões no primeiro e US$ 2,5 milhões no segundo, segundo o Business Insider.
A candidatura de Mamdani, deputado estadual pelo Queens e filho de imigrantes de Uganda e da Índia, foi construída sobre uma plafatorma abertamente crítica à desigualdade econômica e à concentração de riqueza.
“Bilionárioa não deriam existir”, repetia em comícios e entrevistas. Sua porposta central previa um imposto adicional de 2% sobre rendimentos anuais acima de US$ 1 milhão, além de taxas sobre grandes corporações instaladas na cidade.
As medidas provocaram forte reação do setor financeiro e imobiliário nova-iorquino. Executivos e fundos ligados à especulação urbana organizaram campanhas publicitárias para associar o candidato ao “radicalismo” e ao risco de fuga de investimentos. Mesmo diante da ofensiva, Mamdani manteve vantagem nas pequisas e mobilizou um exército de voluntários, em grande parte formado por jovens e imigrantes.
Entre as promessas do novo prefeito estão creches públicas universais, congelamento de aluguéis, transporte coletivo gratuito e criação de mercearias comunitárias administradas pela prefeitura. Ele recebeu apoio de lideranças progressistas como Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez, além de sindicatos e movimentos estudantis.
A vitória de mamdani é considerada histórica. Aos 34 anos, ele será o prefeito mais jovem de Nova York desde o século 19 e o primeiro muçulmano a comandar a cidade. Sua eleição ocorre um ano após a vitória presidencial de Donald Trump, e analistas veem o resultado como uma resposta do eleitorado urbano ao avanço conservador nacional.
Publicado originalmente por Augusto de Sousa, no DCM
Imagem: reprodução/Foto: Stephani Keith/Getty Images
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