Por Kiko Nogueira, no DCM: A entrevista de Eduardo Bolsonaro ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (6), expõe uma conduta abjeta de traição à pátria. O peixe morre pela boca. Ao declarar abertamente que trabalha para ampliar as sanções econômicas impostas ao Brasil por Donald Trump, Eduardo ultrapassa qualquer limite de atuação parlamentar e diplomática, assumindo um papel hostil contra os interesses nacionais. “Trabalho sim, neste sentido. Estou levando a prisão [de Jair Bolsonaro] ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação”, diz ele. Essa postura revela não apenas um adesão a interesses estrangeiros, mas um esforço ativo para prejudicar economicamente o país. As tarifas comerciais de 50% aplicadas pelos Estados Unidos contra o país podem provocar uma queda de até R$ 25,8 bilhões no PIB no curto prazo, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). O relatório destaca que o efeito das medidas pode se consolidar em até dois anos, comprometendo o desempenho de exportações estratégicas para o país.
Eduardo Bolsonaro, aos invés de buscar minimizar dos danos, celebra o ataque, dizendo que “há um sacrifício a ser feito” e louvando a retaliação como uma ferramenta legítima de pressão por anistia a golpistas.
Mais grave ainda é sua declaração de que permanecerá nos EUA até que o ministro Alexandre de Moraes seja “anulado”. Morto, talvez? É seu sonho, era o de seu pai, expresso no plano do “Punhal Verde-Amarelo”. É retórica de mafioso, de miliciano.
Afirmar que “ou tenho 100% de vitória ou 100% de derrota” é uma confissão de que não aceita as regras democráticas e se coloca deliberadamente contra a ordem constitucional. A tentativa de naturalizar o exílio autodeclarado como resistência política mascara o fato de que ele foge das consequências legais de seus atos.
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XLIV, define que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”. A atuação de Eduardo Bolsonaro, articulando com uma potência estrangeira retaliações econômicas para fins políticos e pessoais, se encaixa em atentado à soberania nacional.
Sua declaração de que não voltará ao país sem anistia e sem a retirada de um ministro do STF expõe um projeto antidemocrático, que precisa ser enfrentado com base na lei e no respeito à institucionalidade. É preciso nomear isso com precisão: o que ele está fazendo é crime.
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