Ontem, em seu programa de TV, o PSDB fez críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff. Uma receita que provavelmente estaria aplicando se estivesse no poder. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que nunca se roubou tanto quanto na gestão petista. FHC ainda apontou o governo do ex-presidente Lula como o início da corrupção na Petrobras.
No entanto, é difícil fazer uma comparação entre o que está investigado agora e o que deixou de ser apurado no passado. Houve casos graves de corrupção também durante a gestão tucana. E muitos deles simplesmente não foram investigados porque havia um procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que tinha o apelido de engavetador-geral da República.
Da parte do PT, também falta autoridade para atacar a corrupção praticada nos governos tucanos porque os petistas usam um discurso eticamente condenável. O PT acerta ao falar que não aparelhou a Procuradoria Geral da República e que modernizou a Polícia Federal. No entanto, essas instituições funcionam sem que isso seja uma concessão do PT. São, sobretudo, uma conquista da sociedade. É bom que funcionem com autonomia.
O PT fez a mesma coisa em seu programa de TV. Falou para os que já votam nele. E faz uma defesa espertalhona quando diz que os tucanos também se corromperam, como se isso perdoasse seus próprios desvios éticos. Ora, o PT nasceu como um partido que defendia a ética na política, mas caiu na gandaia quando chegou ao poder.
A corrupção está sendo combatida no país. Isso mostra a força das instituições. Mas é muito pobre o argumento de que um partido seria mais corrupto do que o outro ou tão corrupto quanto o outro. É um campeonato de corrupção que empobrece e acirra o debate político.
Lula é apontado como eventual candidato a presidente em 2018. Não é uma candidatura que possa já ser dada como certa. Há muitos complicadores. No ritmo atual do governo Dilma, que sugere um fracasso político, será difícil Lula ter discurso eleitoral.
Do jeito que se atacam, PT e PSDB estão pavimentando o caminho para uma outra força ter chance real de chegar ao poder em 2018. Sempre se falou de uma terceira via nas últimas eleições presidenciais, mas essa possibilidade nunca se colocou com tanta força como agora.
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Do ponto de vista político, a presidente Dilma Rousseff venceu ontem um duelo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, com a aprovação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Haverá outras batalhas, mas o episódio Fachin mostra que é mais fácil para o governo lidar com um Senado sob o comando de Renan do que com uma Câmara presidida por Eduardo Cunha. O governo tem um problema com o Congresso, mas ele é maior na Câmara do que no Senado. Eduardo Cunha tem mais apoio entre os seus pares do que Renan.
O desempenho de Fachin na sabatina da semana passada foi muito bom, o que ajudou a quebrar uma onda de ataques infundados em relação à sua capacidade jurídica e pessoal. Fachin fará bem ao Supremo. Basta ver o que dizem dele os atuais ministros do tribunal. O advogado enfrentou uma campanha desleal e conservadora. Saiu mais forte ao vencê-la.”
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PS: sugestão de leitura – postagens correlatas, repercutidas pelo blog do Guara
Política: sempre o sujo falando do mal lavado
A culpa é do Lula (texto de autoria de Luis Fernando Veríssimo).
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