Havia grande expectativa criada pelo governo Bolsonaro em relação à Caixa preta do BNDES, que segundo vários segmentos políticos de apoio ao atual governo, o Banco era usado por governos anteriores do PT como instrumento para promover corrupção e favores aos seus aliados. Mas, a abertura da tal Caixa preta do BNDES revelou surpresas não esperadas. E o presidente Bolsonaro aproveitou para fazer críticas insinuosas, a nomes que aparecem como beneficiários de financiamentos, possíveis adversários seus nas próximas eleições.
Reportagem de Ricardo Della Coletta e Flávia Faria, na Folha de S.Paulo em 29/08/2019, mostra que “o presidente Jair Bolsonaro (PSL) atacou o governador de São Paulo, João Dória (PSDB) e, referindo-se à compra de jatinho a juros subsidiados do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social), disse que ele “mamou” nos governos do PT.
O presidente mirou ainda Luciano Huck, que também adquiriu uma aeronave por meio da linha de financiamento do BNDES. Dória e o apresentador são vistos como possíveis rivais de Bolsonaro nas eleições de 2022.
“João Dória comprou também. Explica isso aí. Só peixe. Amigão do Lula, da Dilma. Eu vejo o Dória falando de vez e quando ‘minha bandeira jamais será vermelha’. É brincadeira! Quando estava mamando lá a bandeira era vermelha como um foiçasso e um martelo sem problema nenhum, né?”, disse, encerrando com um grito de “ihuuu“.
Já Huck pegou R$ 17,7 milhões com o BNDES por meio do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). O empréstimo se deu em 2013 por meio da empresa Brisair, da qual é sócio junto com sua mulher, Angélica Huck.
Não há indícios de ilegalidades nos empréstimos, o que Bolsonaro reconheceu no vídeo.
Por meio de nota, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, descartou haver qualquer problema com as operações da empresa de Dória junto ao BNDES.
“A Embraer vendeu mais de 135 jatos executivos e comerciais para empresas brasileiras e estrangeiras com financiamento do BNDES, gerando empregos e impostos para o Brasil. Nada de errado nisto.”
Quando da divulgação da lista, Dória, em postagem nas redes sociais, classificou como “oportunismo” a associação de empréstimo tomado por sua empresa a “algo errado”.
Já Luciano Huck disse, em texto enviado à coluna da Mônica Bergamo na semana passada, que o empréstimo que fez junto ao BNDES para comprar um avião foi “transparente, pago até o fim, sem atraso”, diz a reportagem.
Pontos de distanciamento entre Dória e Bolsonaro
Corrupção – Governador não mantém na equipe membros importantes com acusações de irregularidades, mesmo sem provas. Caíram assim Gilbero Kassab (Casa Civil), antes de assumir, e Aloysio Nunes (InvestSP). Enquanto isso, o ministro do Turismo, implicado no laranjal do PSL, segue no cargo.
GP Brasil – O presidente faz campanha aberta para tirar o GP Brasil de Fórmula-1 de São Paulo para o Rio, embora haja impedimentos técnicos. Dória rejeita a ideia e diz que vai brigart para que a prova siga em Interlagos.
Ditadura – Bolsonaro sugeriu que o pai do presidente da OAB não desapareceu na ditadura, e sim foi morto por colegas de luta armada. Ele o fez sem provas e sofreu críticas. Já Dória reagiu e criticou o presidente, até porque teve o pai cassado pelo regime de 1964.
Moro – Desde que Sérgio Moro entrou na linha de tiro pelo caso The Intercept, Dória vem distribuindo afagos ao ex-juiz. Já Bolsonaro tem subido a temperatura da fritura do seu ministro, a ponto de aliados do governador defenderem convidá-lo para integrar seu governo.
Nepotismo – O tucano disse que não nomearia parente para cergo público, ao comentar a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para ocupar a embaixada do Brasil em Washington.
Extremismo – Em entrevista na China, Dória defendeu a moderação e o centrismo na política como um desejo da sociedade, e disse esperar que Bolsonaro retomasse o caminho do diálogo após uma série de declarações e acenos à fatia mais radical de sua base eleitoral.
[A lista de bilionários que se beneficiaram dos juros subsidiados para adquirir veículos de altíssimo luxo inclui ainda, os irmãos Joeley e Wesley Batista, do grupo JBS, a família Moreira Salles, dona do Itaú-Unibanco, inclusas mais 131 pessoas físicas e jurídicas. As Lojas Riachuelo, do empresário e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Rocha, e as Casa Bahia, de Michel Klein, também estão na lista. Clique aqui e confira o TOP 10 dos empréstimos no BNDES, na copra de jatinhos e os valores financiados a juros camaradas]
Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
Bacharel em Administração. Ex-servidor da Previdência e ex-Banco do Brasil.
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