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Messianismo e cambalacho: os casos de Bigode e Sheik explicam o que é o bolsonarismo. Por Luan Araújo

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Por Luan Araújo, no DCM: A gente sabe que o bolsonarismo é uma seita que usa muitos termos e atitudes dogmáticos para angariar seguidores E estes seguidores, para tristeza de toda a sociedade e azar de alguns ingênuos, como aparentemente esclarecido meia Gustavo Scarpa, ex-jogador do Palmeiras e hoje no Nottingham Forest (ING) e o lateral Mayke, ainda palmeirense, que caíram em um golpe de uma empresa de pirâmide induzido pelo ex-colega de ambos Willian Bigode, hoje no Fluminense.

www.seuguara.com.br/Willian Bigode/Bolsonaro/cambalacho/bolsonarismo/

Willian, jogador de vida discreta, mas muito religioso, postou na véspera do dia do segundo turno das eleições uma foro com toda sua família vestida de verde e amarelo e pedindo votos para Jair Bolsonaro. Típico. Bolsonarista como ele, era o seu amigo e empresário Gabriel de Souza Nascimento, dono da Xland Holding Ltda, cuja orientação da WLJC, empresa de Willian, fez Scarpa e Mayke aplicarem 6 a 4 milhões de reais, respectivamente, em uma verdadeira furada.

A forma como os dois jogadores caíram no suposto esquema de criptomoedas é bem surreal e mostra como é fácil as pessoas caírem em promessas fáceis. E é bem típico do bolsonarismo, que apresentou em 2018 uma solução fácil para a política brasileira. 57 milhões de brasileiros caíram igual patos.

Acessei o processo do Mayke do @Palmeiras hoje. Os prints de conversas com a sócia do Bigode são surreais… Fica realmente difícil não responsabilizar o Willian nessa história toda, a indicação e a orientação são da WLJC, empresa do jogador do @FluminenseFC: pic.twitter.com/9MabhLP2hc

— Bibiana Bolson (@bibianabolson) March 13, 2023

Quando percebeu que tinha caído numa cilada, Scarpa questionou Willian, que respondeu em um aplicativo de mensagens “Scarpinha, agora é orar, fazer o que eu sei”. E é isso que o bolsonarismo fez com o Brasil nestes quatro anos. Vendeu uma ilusão para incautos para não entregar absolutamente nada em alguns casos e a barbárie na maioria dos outros. Resultou em explosão de feminicídios, estupros, mortes por arma de fogo e por Covid-19.
Marcel Siqueira, sócio de Willian na empresa se vende como “mentor financeiro” de atletas, coach e pastor. Você olha essa descrição e automaticamente já ficaria desconfiado? Meus parabéns, você não cairia em algum esquema desses. Se salvaria. Scarpa e Mayke não podem falar o mesmo. 
Mas não só de cambalachos messiânicos vivem os jogadores e ex-jogadores bolsonaristas. Na última sexta-feira (10), Emerson Sheik, com quem Willian Bigode coincidentemente formou dupla de ataque no Corinthians entre 2011 e 2012, foi denunciado pela Justiça do Rio de Janeiro por ter ajudado o bicheiro Bernardo Bello a lavar dinheiro.
Sheik ocultou os valores da venda de uma cobertura sua na Barra da Tijuca para ajudar seu amigo a lavar dinheiro oriundo de jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis.
E o bolsonarismo, apoiado pela maioria dos jogadores de futebol de elite no Brasil, é mais ou menos isso mesmo. A venda de terreno na lua de uma maneira messiânica ou o cambalacho puro e simples. Mas sempre pensando só no interesse próprio.
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