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Há um paradigma no mundo da atual política brasileira. Ele nasceu da crença de que um programa de assistência social, como o Bolsa Família pode decidir a vitória a favor de um candidato que pretenda ser eleito presidente da República. Este, teria sido o fenômeno eleitoral que contribuiu para que tivéssemos um presidente oriundo do povão.
E mais, permitiu que fosse eleita, por sua indicação, a primeira mulher a exercer o cargo máximo da administração pública do país. Fato que para muitos, seria impossível para o Brasil de hoje. Nenhum adversário político do atual governo, nem seus correligionários, nem militantes, nem simpatizantes, ousaram contradizer tal paradigma. Sem no entanto, deixar de apontá-lo como o principal fator de sucesso no estabelecimento do anterior e do atual governo.
Um dos candidatos oposicionistas, concorrente ao cargo de presidente nas eleições deste ano, há alguns meses atrás denominou o Bolsa Família como sendo o “Bolsa Esmola”. Por conseguinte, indutor de voto inconsequente dos seus beneficiários, e reconhecido como eleitoreiro. Para outro presidenciavel, não há registro que tenha desclassificado o programa. Parece convencido de seu objetivo sócio-assistencial.
Ambos reconheceram seu valor na somatória de votos para uma possível vitória no pleito. Porém, indiferentes ao considerar a real importância do programa, como fator preponderante na promoção de justiça social e redistribuição de renda. Que o Bolsa Família tirou milhões de brasileiros da extrema pobreza e indiretamente contribui para o incremento da economia do país, é inegável. Todavia, há de se considerar seu aspecto humanitário e de ajuda aos mais necessitados. Por suas características intrínsecas o programa não é perene, mas transitório.
Ao considerarmos o programa sob esse aspecto, deduzimos que a responsabilidade de conscientização dos beneficiários, recai sobre os próprios governantes, em todos os níveis. Antes mesmo de considerá-lo como um meio legítimo de chegar ao poder, enquanto praticam política. Ontem, considerado um simples projeto a alimentar o ócio e o vício, hoje, o Bolsa Família é oportunamente reconhecido como fundamental para pretensões políticas dos candidatos a presidente.
Então, o momento político atual sugere mudanças de atitude dos presidenciáveis. Por força de campanha eleitoral, um determinado candidato de oposição quer tornar o Bolsa Família um programa de Estado obrigatório por lei. Outro, promete aumentar em 10 milhões o numero de famílias a serem atendidas pelo Bolsa Família. Cada qual com sua estratégia, ambos acreditam surrupiar votos dos supostos eleitores cativos daquele(a) que pretende ser reeleito. Haja pobre para tanta pretensão de poder político.
Houve um momento na politica brasileira em que estava muito em voga a máxima de “Pão e Circo” ao povo. E que esta era, ou é, a fórmula infalível de angariar votos, ser eleito e governar com a confiança popular. Para muitos, a filosofia do Bolsa Família estaria contida nessa fórmula. E que, sem dúvidas, seria a base de sustentação do atual governo. Agora, seus principais adversários a utilizam em suas campanhas, como ponto fundamental de plataforma de governo.
Com a palavra os críticos de plantão.
Imagem: reprodução/google

Sobre o Fundador
Guaraci Primo é o criador e editor do Blog Seu Guara, fundado em 2008. Natural do Paraná, é bacharel em Administração e ex-servidor da Previdência Social e do Banco do Brasil.
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