Para quem acompanha o desenrolar da CPI do Cachoeira tem constatado que ela se transformou em uma novela de quinta categoria. Como comentou o jornalista e analista político Bob Fernandes, para o jornal da TV Gazeta. Até aqui, só serviu mesmo para desmascarar a farsa do probo faxineiro da República, ídolo da mídia partidarizada. O ex-senador cassado, Demóstenes Torres.
Além de tudo, a CPI do Cachoeira revela uma demanda brutal entre parlamentares da oposição e Governo, para ver quem coloca e envolve mais correligionários no processo. Corrupção da grossa. Como grosso é o volume de dinheiro público envolvido, que dele usufruíram criminosamente corruptos e corruptores.
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dessa novela foi encenada. Enredo com corrupção da grossa. Com uso de dinheiro
público, com governadores da oposição e da situação envolvidos e, até,
com capítulos de paixão e amor. CPI que teve a habitual musa. No caso,
Andressa Mendonça; num sinal dos tempos, a musa é mulher do réu,
Cachoeira, que deu nome a essa novela de quinta categoria.
Novela de quinta porque a CPI sequer ouviu o governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Aquele das noitadas e festas com
guardanapos em Paris e cercanias.
Sérgio Cabral, amigo de Fernando Cavendish. E Cavendish é o dono da
Delta, principal locação dessa novela. Uma novela barata mas, ao mesmo
tempo, uma novela muito cara.
Até os guardanapos de Paris sabem que a empreiteira tinha obras e
estreitas relações em mais de 20 estados. Pegaram Marconi Perillo,
governador de Goiás, do PSDB. Entre outros 45, a CPI vai recomendar o
indiciamento do tucano.
E preservaram Agnelo Queiroz, governador do PT em Brasília. E, óbvio,
as investigações mal arranharam os tentáculos desse polvo esparramado
pelo Brasil.
investigação sobre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
acusado de paralisar investigações da Polícia Federal na Operação Vegas,
de 2008.
ter feito as alegações finais na denúncia do chamado “mensalão do PT”.
final do julgamento e da última eleição, Gurgel buscava uma vacina;
porque sabia que seria investigado. Investigado pelo que governistas,
mas não apenas, viram como vistas grossas no caso da Operação Vegas.
campanha presidencial de 2010, é ex-diretor da Dersa em São Paulo, no
governo José Serra. Paulo Vieira, que depos na CPI, resume essa novela
com uma clareza espantosa. Em entrevista à revista Piaui, Paulo Vieira pergunta:
contas não apenas de Rio e São Paulo. Mas, diga-se, para alguns feitos
serviu a CPI.
para desmascarar a farsa encenada pelo ex-senador do DEM, agora cassado,
Demóstenes Torres.
para aprovar é outra. De qualquer forma, nesse caso todo é de se prever
muito pano pra pouca manga.
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa fez um gesto derradeiro. Determinou
que em 40 dias juízes federais ouçam oito testemunhas do chamado
“mensalão do PSDB”.
mineiro” foi um esquema que vigorou em 1998, durante a campanha de
reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) para o governo de Minas Gerais.
ou ao menos desleixo, para se investigar e julgar o chamado “mensalão
tucano”. Por isso, gesto tão simbólico. O tempo dirá se tudo quedará
apenas no simbólico.
derradeiro gesto antes de assumir a presidência do STF, e da simbologia
por ele buscada, pode-se dizer que, nesse caso, o que se teve desde 1998
até agora foi muita manga pra pouco pano.

Sobre o Fundador
Guaraci Primo é o criador e editor do Blog Seu Guara, fundado em 2008. Natural do Paraná, é bacharel em Administração e ex-servidor da Previdência Social e do Banco do Brasil.
Apaixonado por futebol e atento às transformações políticas e sociais do país, criou o blog como um espaço para unir informação, opinião e reflexão, sempre com responsabilidade e respeito ao leitor. Ao longo dos anos, consolidou um projeto reconhecido pela credibilidade, pelo equilíbrio editorial e pela valorização do pensamento crítico.
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