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Na edição do último sábado do Jornal Nacional da Globo, Fátima Bernardes, ao noticiar sobre o caso da merendeira, afirmou que: “está foragida a merendeira que pôs veneno de rato na comida de crianças e professores de uma escola pública de Porto Alegre”. Afirma como fato uma suspeita de crime em que a acusada é a merendeira. A redação do Jornal não ouviu o outro lado. Um erro crasso que contraria a ética do jornalismo e o descompromisso com a informação legítima, deixando evidente a intenção da emissora em produzir o sensacionalismo.
Curiosamente, na mesma edição informa a divulgação dos princípios editoriais e o código de ética das Organizações Globo, do qual consta seu compromisso em produzir um jornalismo de qualidade. Isto é, no mesmo dia, contraria seus próprios princípios, inclusive ignora o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, adotado pela Federação Nacional do Jornalistas (FENAJ). Criado sob a égide da Constituição Federal (inciso LVII do artigo 5º), que no artigo 9º reza: “a presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística”.
A verdade é que a falha do Jornal Nacional caiu na Blogosfera, e esta acrescentou luz aos fatos. Antônio Mello, do
Blog do Mello, carregou para o YouTube o vídeo abaixo, que ganhou a Internet e as redes sociais. Nele o depoimento do advogado da merendeira que desmentiria o delegado ouvido pelo JN. O que ocorreu oito horas antes da reportagem ir para o ar.
http://www.youtube.com/embed/i9VMh_j8mMM
Na segunda-feira (08), o JN corrige a edição:
“Ao tratar desse caso policial no último sábado (6), por uma falha de
edição, o Jornal Nacional não mencionou a alegação do advogado de defesa
que contestava a confissão da cliente. Foi, obviamente uma falha, que
nós estamos corrigindo na edição de hoje.”
Mas não corrige o erro, na íntegra, da afirmação que foi:
“Está foragida a merendeira que pôs veneno de rato na comida de crianças e professores de uma escola pública de Porto Alegre”.
O que fica evidente é que a grande mídia representada no país pelas Organizações Globo, deseja a todo custo o monopólio da informação. Não obstante o conceituado conteúdo na área do entretenimento, esportes e cultura geral, que leva ao ar diariamente graças ao gabarito e a capacidade de bons profissionais que contrata, prova a todo instante não estar nem aí para com os seus próprios princípios editoriais na área do jornalismo informativo. Neste caso, há quem afirme que o JN
violou até os direitos humanos preconizados na Constituição Brasileira. Há registro de
outras reportagens em que se comete o mesmo tipo de erro, partindo de princípios ilegítimos e denúncias infundadas. Que detona a formação do melhor juízo dos fatos pelo cidadão comum.
Não sei não, mas esta reportagem sobre o delito da merendeira nos pareceu um tanto quanto temerária. Como disse o Mello, imagine “o que poderia ter acontecido se parentes ou amigos de pessoas
envenenadas tivessem encontrado a merendeira após aquela reportagem do
Jornal Nacional?” Se por acaso vier a ser comprovado tal crime, estamos diante de uma débil mental. É assim que ela deve ser tratada, antes de qualquer precipitado ato de julgamento, sem no entanto reconhecer a adequada punição para tal ato.
E você? Qual é sua opinião? Acrescente você também a sua luz ao fato. Registre seu comentário. Certamente ele será útil a muitas pessoas.
Imagem: interativaregional.

Sobre o Fundador
Guaraci Primo é o criador e editor do Blog Seu Guara, fundado em 2008. Natural do Paraná, é bacharel em Administração e ex-servidor da Previdência Social e do Banco do Brasil.
Apaixonado por futebol e atento às transformações políticas e sociais do país, criou o blog como um espaço para unir informação, opinião e reflexão, sempre com responsabilidade e respeito ao leitor. Ao longo dos anos, consolidou um projeto reconhecido pela credibilidade, pelo equilíbrio editorial e pela valorização do pensamento crítico.
Guaraci acredita na comunicação como um instrumento democrático e busca oferecer um ambiente livre, acessível e plural, onde todos possam se expressar de forma civilizada e respeitosa,
atua de forma independente na produção de conteúdos sobre futebol e política.
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