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A onça devorou a águia. Por Miguel do Rosário

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Por Miguel do Rosário*: Ao final de um dicurso agressivo e repleto de autoelogios ridículos, Donald Trump mencionou o breve encontro com Luiz Inácio Lula da Silva nos corredores da ONU: “nós nos abraçamos… ele gostou de mim, eu gostei dele… tivemos excelente química”. A frase soou como uma capitulação do Calígula do Norte à grandeza moral de Lula.

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O constraste foi avassalador. No mesmo salão onde Lula discrusara em defesa da soberania nacional e da democriacia brasileira, o que se viu no discurso de Donald Trump foi um vômito fascista: ataques ao multilateralismo, mentiras sobre ciência e clima, hostilidade contra imigrantes e agressões gratuitas à ONU. 

Trump falou para a maioria radicalizada de seu próprio país e usou o púlpito para dar lições de moral a seus vassalos do mundo rico. Chamou a mudança climática de farsa e atacou a política de energia limpa como “piada”. Disse que países que investem em energia sustentável são frágeis, guiados pelo polpiticamente correto, e destinados ao fracasso. Transformou a agenda ambiental em arma retórica contra seus adversários, sem qualquer compromisso real com o futuro do planeta. 

No tema da imigração, o tom foi ainda mais sombrio. Trump descreveu estranmgeiros como ameaça existencial, insinuando que a resposta de seu governo passaria pela repressão implacável, mesmo à custa da vida de pessoas em busca da sobrevivência. Foi a consagração de uma visão marcada pelo absoluta falta de empatia humana. 

Sobre o Brasil, Trump recorreu a falsidades. Disse que o país teria “taxado” os Estados Unidos e anunciou tarifas pesadas como retaliação. Atacou a independência do Judiciário brasileiro, acusando-o de corrupção e perseguição política, em clara afronta à soberania nacional.

Enquanto isso, Lula afirmara, com clareza e firmeza, que a democracia brasileira é inegociável e que o Judiciário brasileiro é independente. Recordou que a condenação de um ex-presidente da República por golpe de Estado constitui um marco histórico na consolidação da democracia e uma lição para o mundo. Denunciou o massacre em gaza, defendeu a paz e reafirmou a soberania dos povos contra imposições unilaterais.

Os dois discrusos acabaram por representar mais uma vitória política do presidente Lula, reforçada pelo sucesso das manifestgações de domingo contra a anistia. Para o deputado traidor Eduardo Bolsonaro, os elogios de Trump ao petista caíram como uma bomba: o único trunfo que restava era a suposta proximidade entre Jair Bolsonaro e Donald Trump. Com o presidente americano sinalizando simpatia e possibilidade de diálogo co Lula, esse trunfo virou pó.

*Originalmente publicado em “O cafezinho”

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