Dentre as três mais importantes profissões que exerci, uma delas incluía a função do trabalho de porta em porta. E nas constantes visitas à casa dos clientes e conhecidos da Empresa, pude observar que ele aparecia em forma de artesanato, quer nas estantes ou no lugar cativo do famoso “pinguim de geladeira.”
Como sabemos é próprio da cultura popular, colecionar objetos como verdadeiros talismãs canalizadores de bons fluídos. Era assim que eu pensava sobre imagens, principalmente de animais. Porém não tinha certeza do que a figura de um Elefante representava, e não tinha coragem de perguntar ao dono ou dona da casa, naquelas ocasiões. Até que um belo dia fui presenteado por um amigo com uma bela estatueta de elefante. Dourada em bronze, pesando mais ou menos um quilo.
Ao tempo em que me cumprimentava justificava o porque do inusitado e original presente. – Este elefante servirá como um amuleto. E atrairá sorte, saúde e fartura para tua casa e todos que nela habitam – disse ele.
Coinscidência ou não, ressalvada minha incredulidade quanto a atribuir aos amuletos boa sorte e bençãos, a partir deste dia me aconteceram muitas coisas boas na vida. No entanto, jamais me passou pela cabeça que isso deveria ser pelo motivo de ter recebido aquele presente.
Lenda e curiosidades.
A Estatueta deve ficar de costas para a porta para melhor captar os bons fluídos para dentro da casa. Se você a recebeu de presente, deverá presentear alguém da mesma forma, para consolidar a corrente de transmissão dos fluídos positivos. Diz a simbologia que cerca o maior animal da terra, que ele representa a memória fertil e a sabedoria. Daí a expressão, “memória de elefante” comumente usada quando se quer referir a alguém que lembra de acontecimentos há muito vividos. Aliás, alguns cientistas já afirmam que o Elefante jamais esquece, um cheiro, um sabor, lugares, “amores” (lembram da fábula: o elefante e a formiguinha?), outros animais. A respeito disso, fala-se muito que o elefante tem medo de ratos. Na verdade, o fato científico comprova que eles apenas os evitam, pois os ratos podem entrar através da sua tromba, o que pode causar a asfixia do animal.
A mística que envolve o elefante, como a de outros animais, também está presente nos partidos políticos. Ele é o simbolo do Partido Republicano dos EUA, cuja nação tem como simbolo, uma águia. No Brasil, dizem que nosso país tem como simbolo, um sabiá. E o PSDB, todos sabem é representado por um tucano. Já o animal que simbolicamente representa o Estado do Paraná é a Gralha azul.
Voltando ao Elefante.
Há ainda, os famosos elefantes brancos. Em países como a Tailândia, a Índia e Myannar, eles são considerados sagrados. Na Tailândia, segundo o Bestiário, esses não são “necessariamente albinos”, mas tem a pele um pouco mais clara que a dos outros. Hoje em dia é comum se referir a posses dispendiosas e inúteis como “elefante branco”. No passado, “esses animais necessitavam de toda uma equipe para lhes prestar cuidados e, sendo sagrados, não podiam ser postos para trabalhar, de modo que, se tornavam uma pesada carga financeira, capaz de levar à ruína qualquer um que não fosse muito rico.”
Todavia, a imagem do Elefante nos remete à sua principal lenda, advinda do deus elefante, presente nas tradições do Hinduísmo, e chamado Ganesha. “Também é conhecido como deus dos comerciantes, da prosperidade, da política e da sagacidade. Em uma das mãos, carrega um machado, para cortar todo mal. Na outra, um laço, para puxar os devotos para perto dele, um símbolo do apego. Na peregrinação espiritual, todos os obstáculos são criados por nós mesmos: o apego ao mundo dos objetos, emoções e pensamentos. Ganesha elimina esses apegos e mantém, com sua corda, as atenções das pessoas voltadas para o objeto superior. Segundo a tradição religiosa, aquele que reza para Ganesha nunca encontra obstáculos que não possa ultrapassar.” (Redação terra).
O Elefante hoje.
Ao bem da verdade, é bom que se diga que a simbologia que envolve objetos e animais, nada ter a ver com superstições e crendices. Hoje, vemos os elefantes como dóceis animais domésticos, fazendo peripécias em picadeiros por aí.
Porém, podemos verificar que a caça predatória do animal continua em países africanos como a Tanzania e a Zâmbia, que estão fazendo lobby junto à ONU para conseguirem exceções à proibição mundial do comércio do marfim. O Marfim é extraído através das presas ou dentes do elefantes conseguidos com caça ilegal, que várias nações africanas pretendem acabar. Segundo a Avaaz, “mais de 30.000 elefantes são mortos todo ano e seus dentes arrancados com machados e motoserras por caçadores ilegais. Caso a Tanzânia e a Zâmbia consigam junto à ONU, essa exceção à Lei que permitirá que continuem a caça indiscriminamente, a situação vai ficar ainda pior.” Aí sim, o maior animal da terra será visto apenas através de estatuetas de louça,vidro,metal ou madeira.
Da minha parte, a partir do ato simbólico de demonstração de amizade passei a admirar mais esse animal, tão representativo. Dizer que acredito piamente nos poderes do amuleto seria exagero. Mas, a estatueta que recebi de presente está na estante do meu escritório. De costas para a porta.

Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
Bacharel em Administração. Ex-servidor da Previdência e ex-Banco do Brasil.
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