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Segunda Marcha contra a Corrupção. Será que adianta? [vídeo]

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Cerca de 20.000 pessoas estiveram reunidas em frente à Esplanada do Ministério em Brasília, no feriado desta Terça-feira (12), em manifesto contra a corrupção no país. Os manifestantes pediam a legitimidade da Lei da Ficha Limpa, a ser votada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), o fim do voto secreto parlamentar e a autonomia do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento ocorreu em outras 28 cidades de 17 estados. Veja um vídeo produzido pelo Congresso em foco, que mostra o depoimento de alguns participantes.

Entretanto, há ponto importante a ser considerado. Corruptos e corruptores se locupletam tanto no poder público, quanto no poder privado. Se observarmos com discernimento, fica claro a existência de um pacto secreto maquiavelicamente engendrado através de um conluio diabólico. Como se fossem duas clãs, corruptos ativos e corruptíveis passivos, a defender interesses próprios e escusos, promovendo toda a sorte de malefícios que atingem a sociedade de um modo geral. Agem como donos do poder, cientes da impunidade.

Não podemos afrontá-los. Eles nos apresentam invulneráveis. Ora pelas débeis Leis que não os alcançam, ora pelo próprio tráfego de influências e alianças políticas interesseiras e perniciosas, comum entre os falsos amigos do povo. Vivemos dias do tempo da Revolução Francesa, em que a corte gananciosa e pérfida se mostrava cada vez mais cínica e indiferente, diante do sofrimento do povo.

Por covardia, ou por conveniência fingimos não percebê-los, subjugados pela nossa própria incapacidade de identificar qualquer reação realmente transformadora. Permanecemos nessa, de reclamar. Só, reclamar exclusivamente da classe política, esquecendo dos seus comensais, dos corruptíveis. Dos que trabalham disfarçados, infiltrados nos bastidores dos podres poderes, protegidos pelos criminosos que não temem a exposição pública. Muitos deles, talvez camuflados entre os que sinceramente promovem manifestações de revolta.      

Note que possuímos apenas uma única arma contra esse sistema: o voto. Porém, não sabemos usa-lo com sabedoria e imparcialidade, no momento que é preciso. Preferimos o sabor de nossas conveniências. Seduzidos pelo canto da sereia, e pelas promessas que jamais serão cumpridas. Ou, simplesmente abdicamos do direito de usar dessa arma por acreditar que no fundo não irá fazer diferença alguma. E mais ainda, por não encontrarmos motivação suficiente para fazê-lo conscientemente, decepcionados com o sistema viciado e predador. Quase sempre nos deixamos conduzir pela influência de terceiros, ou pela realidade desanimadora que observamos, incapazes de qualquer reação que possa de verdade promover as mudanças necessárias. Nos detemos a manifestações surdas, que não demoram a serem esquecidas.
 
O filósofo esloveno Slavoj Zizek esteve visitando o acampamento do movimento “Ocupar Wall Street”, no parque Zuccotti, em Nova York, e falou aos manifestantes. “Lembrem-se, o problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema”, disse ele, salientando as possibilidades quase ilimitadas que nos são oferecidas sem que, na prática, possamos desfrutar delas. “É possível viajar para a lua, tornar-se imortal através da biogenética… Mas olhem para os terrenos da sociedade e da economia. Nestes, quase tudo é considerado impossível. Querem aumentar um pouco os impostos aos ricos? Eles dizem que é impossível. Perdemos competitividade. Querem mais dinheiro para a saúde? Eles dizem que é impossível, isso significaria um Estado totalitário. Algo tem de estar errado num mundo onde vos prometem ser imortais, mas em que não se pode gastar um pouco mais com cuidados de saúde”.
Qualquer semelhança com a realidade do nosso país, não é mera coincidência.

E você, caro leitor, qual é sua opinião sobre o assunto?

Informações: ultimosegundo.ig.com.br
Imagem: congressoemfoco/RudolfoLago.

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