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O Ministro do Esporte, Orlando Silva, deve deixar o ministério e entregar sua carta de demissão ao Governo nas próximas horas. Crise no ministério torna-se grave, e sua permanência é insustentável. Há alguns dias a revista Veja publicou denuncia feita pelo policial militar, João Dias Ferreira, acusando o ministro de participar e comandar um esquema de desvio de verbas públicas. As verbas eram geridas pelo programa Segundo Tempo, e eram distribuídas a várias ONGs, dentre elas duas que eram comandadas pelo próprio policial militar.
A crise se agravou ontem (25), com a publicação de um documento pelo jornal Folha de São Paulo que comprova a ligação direta entre o policial e o ministro. Era um despacho assinado pelo próprio ministro que reduziu o valor que a ONG de Ferreira precisava gastar como contrapartida para receber as verbas do programa social do Ministério do Esporte.
Acrescente-se ao fato, que no mesmo dia o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para dar início as investigações das denuncias que envolve a pasta, e configura-se o quadro perfeito para que a oposição “debuiasse” (como dizia minha sábia Vó Leonor) para cima do ministro exigindo seu afastamento imediato. Líderes do
DEM e PSDB teceram severas críticas a presença de Orlando Dias na audiência pública da comissão especial que discutia em plenário o projeto da Lei Geral da Copa (PL 2330/11, do Executivo), e ainda respondendo pelo Ministério.
Este caso, de leve, nos lembra o escândalo do famigerado “mensalão”, em que o delator (Roberto Jefferson), através do mesmo veículo (a Folha) trouxe a público o esquema de corrupção nos mesmos moldes que envolveu o governo anterior (caixa 2 para campanha partidária). Naquela ocasião, Jefferson, sentindo-se prejudicado, ou lesado pelo esquema, abriu o bico e jogou “farinha” no ventilador. A história se repete agora com o policial João Dias Ferreira, ex- filiado do PCdoB, partido do ministro Silva, que responde a processo por corrupção, detonado pela operação Schaolim. Dias foi condenado a devolver 3,2 milhões desviados pelas suas ONGs.
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Vale dizer, é corrupto delatando corrupto. Por rancorosa vingança, ou por questões puramente políticas. Tudo irá desembocar no Supremo para acrescer luz aos fatos com base nas Leis. Cujas decisões, infelizmente são tão morosas quanto complicadas, pois assim é o processo. E daqui a pouco ninguém mais lembra, pois como outros casos que envolvem personalidades do governo, ninguém será devidamente punido.
Quanto ao nosso prestimoso ministro, indicado pelo ex-presidente Lula, não teve lá uma caminhada muito louvável entre os corredores do poder, enquanto gestor da coisa pública. Já andou pisando feio na bola. Chegou ao ministério por um desses acertos políticos-partidários em troca de apoio, mas sem aprovação de Dilma Rousseff que queira uma mulher no Ministério do Esporte. Ao que tudo indica a lama chegou ao pescoço.
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Ciente que os últimos acontecimentos fizeram com que perdesse valiosos pontos que o levaram a “Zona do rebaixamento”, Orlando Silva deve colocar as barbas de molho. A direção do seu partido, o PCdoB, já anunciou a entrega do cargo. Se não marcar nenhum ponto na reunião das próximas horas com a presidente Dilma, o que é muito difícil, está eliminado. Vai tentar a sorte em outra divisão, digo, em outro escalão.
Quanto ao próximo ilustre, que obviamente será do PCdoB, a ocupar o cargo, deve emprestar a vassourinha da presidente. Certamente vai ser preciso uma pequena faxina no ministério do esporte, para que as coisas voltem à normalidade. Afinal, o esplendoroso e invejado projeto da Copa 2014 precisa caminhar.
Com informações: Agência Camara de Notícias.
Crédito da Imagem: Lancenet-(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
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