Pular para o conteúdo

Política: Último orçamento mostra que Centrão manda e Bolsonaro obedece

Compartilhe nosso(s) artigo(s)

Por Helena Chagas*: Tudo indica – ao menos nas esperanças de uma clara maioria da população – que terá sido o último. Mas o Orçamento 2022, publicado hoje [24/01] após sanção de Jair Bolsonaro, é, mais uma vez, a cara dele. É uma peça eleitoral, se vista sob o ângulo dos R$ 89 bilhões destinados ao Auxílio Brasil – mostrando uma súbita, enganosa e oportunista conversão ao social.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/Ciro Nogueira/Orçamento 2022/

Acima de tudo, a nova lei orçamentária não deixa de reafirmar uma realidade: o presidente continua governando para aqueles vinte e poucos por cento que ainda o apoiam e se lixando para o resto do Brasil. Quem se deu bem no Orçamento: o centrão, os policiais e os trogloditas da agenda regressiva do bolsonarismo.

Os cortes de R$ 3,1 bi que foram necessários não produziram um arranhão sequer no bolo de R$ 16 bi destinado às emendas de relator no centrão, as chamadas RP9. Saíram, isso sim, de vetos a programas de combate à violência contra a mulher, de recursos para regularização fundiária e reforma agrária, da educação básica e superior e de ações e demarcação e proteção aos povos indígenas.

Apesar da pandemia, os vetos de Bolsonaro também garfaram para pesquisa e inovação em saúde. Apesar dos cortes em programas sociais e em emendas de comissão, ninguém triscou no dinheirinho do centrão, combinado com Arthur Lia e preservados por Ciro Nogueira.

Às vésperas da campanha, entre ameaças de debandada de aliados, Jair Bolsonaro não tem coragem. Mais do que nunca, o Orçamento de 2022 mostra quem manda e quem obedece nesse governo.

*Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia 

Imagem: reprodução/Foto: Adriano Machado/Reuters

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *