O primeiro nome pode ser de Robson Tuma, segundo o jornalista Luis Nassif. Isso porque na lista do HSBC “aparece o endereço Avenida Cauaxi 189, ap 203, Alphaville, Barueri”. O local consta na declaração de bens pública do ex-deputado federal.
Edmond Safra, do Banco Safra, e a família Steinbruch, dono da Vicunha e da CSN, são outros nomes. Segundo Miguel do Rosário, “Steinbruch foi o principal comprador da Vale, privatizada no governo FHC”. O banco Safra “foi o banco usado pela Globo para comprar os dólares que enviaria às Ilhas Virgens Britânicas, quando se envolveu naquela ‘engenhosa operação’ para adquirir os direitos de transmissão da Copa de 2002 sem pagar os devidos impostos”.
Fernando Rodrigues, do UOL, aponta que “11 pessoas ligadas ou citadas de alguma forma no escândalo da Operação Lava Jato mantiveram contas na filial suíça do banco britânico HSBC”. Entre os nomes divulgados por Rodrigues estão o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, delator na Operação Lava Jato e que já havia revelado ter mantido valores no HSBC, oito integrantes da família Queiroz Galvão, o empresário Júlio Faerman (ex-representante da holandesa SBM) e o doleiro Henrique Raul Srour.
O UOL teve acesso aos nomes brasileiros, porém só divulgou os envolvidos na Operação Lava Jato. O site diz que vai noticiar aqueles “que tiverem interesse público, e, portanto, jornalístico” ou os que se possam provar “que existe uma infração relacionada ao dinheiro depositado no HSBC na Suíça”. A justificativa para a escolha tem sido criticada nas redes sociais.
Para o cientista político Antonio Lassance, o caso do HSBC “tem merecido apenas notas de rodapé do cartel de mídia aqui presente”. “Como na época da ditadura militar, sabemos detalhes do escândalo mais pela mídia internacional do que pelo cartel midiático que nos habita. A mídia que achincalha a Petrobras protege indecorosamente o HSBC e os barões ladrões por trás desse grande escândalo financeiro”, argumenta.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou solicitação de esclarecimentos e providências no Ministério da Justiça (MJ), pedindo a investigação de todos os brasileiros envolvidos com contas secretas do HSBC. Para ele, a mídia não tem interesse no SwissLeaks.
Vale lembrar que a lista de clientes internacionais traz o grupo de mídia Clarín, da Argentina, além de nomes vinculados a governos autoritários e tráfico de armas. A investigação foi revelada pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) baseada no vazamento de 60 mil arquivos. Foi o ex-funcionário do HSBC Herve Falciani quem forneceu o material a autoridades francesas, até que o jornal Le Monde o compartilhou com o ICIJ que reúne 140 jornalistas de 45 países.
Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), “não é a primeira vez que o HSBC está envolvido nesse tipo de operação, já esteve envolvido nos Estados Unidos, no México. Isso só traz à tona o submundo do sistema financeiro, onde várias empresas e pessoas se escondem. Seria muito importante para toda a sociedade que houvesse um esclarecimento dessa situação, e que aqueles que pousam de éticos, de justos, pudessem sair debaixo dessa podridão que são esses porões do sistema financeiro e, de fato, mostrar a sua face. É por isso que a gente, inclusive, necessita de uma regulamentação do sistema financeiro, não só no Brasil, mas no mundo, para que, de fato, ele possa ser transparente e estar a serviço da sociedade, e não dos grandes empresários e dos grandes rentistas”.
Miguel do Rosário aponta um escândalo revelado também pelo ICIJ, anterior ao vazamento do HSBC, que mostrou a existência de milhares de contas secretas em paraísos fiscais das Ilhas Virgens Britânicas, Cingapura e Ilhas Cook. Entre elas, estão 50 nomes de brasileiros. “Não se trata especificamente do caso HSBC, mas é sonegação do mesmo jeito. Na verdade, é um caso ainda pior”, afirma.
Saul Sabbá aparece entre os brasileiros, com conta secreta ligada à offshore Maximizer International Bank S.A. Sabbá é dono do banco Máxima, que deu consultoria a FHC na privatização da Vale e da CSN.
Outro nome é Chaim Zalcberg, que já foi preso pela Polícia Federal, em 2012, na Operação Babilônia, suspeito de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, e esteve envolvido no caso do Banestado.
Veja abaixo o mapa da lavagem de dinheiro feito por Martin Grandjean.

– Mais informação sobre o assunto, acesse os links: “Nada de fundamental mudou nos bancos suíços“. “Jornalista se demite por omissão no caso HSBC. E não é um brasileiro…“.
(Colaborou: Anna Beatriz Anjos)
Imagem: reprodução/portalmetropole

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