Pular para o conteúdo

Protestos: pesquisa da USP mostra força da desinformação

Compartilhe nosso(s) artigo(s)

Há muita gente que não dá credibilidade às pesquisas, principalmente se elas são encomendados por determinados institutos, cada qual com parâmetros próprios e diferentes pontos de localização dos entrevistados. Normalmente, essas pesquisas são conduzidas ao sabor do momento político, ou de acontecimentos que mobilizem a opinião de parte da sociedade, com algum manifesto público. No entanto, dizem os especialistas, elas dão suporte científico aos fatos e revelam questões particularmente importantes.


Por exemplo, as pesquisas sobre intenção de voto realizadas sobre o último pleito para presidente da República, davam como certa a vitória do candidato de direita. Outras, que a atual presidente seria reeleita. No final, Dilma Rousseff ganharia por uma estreita margem de votos. Mas, um fato importante revelado nas pesquisas e confirmado depois do resultado das eleições, foi o expressivo número de votos brancos e nulos nas últimas eleições. 
Fato que comprovou, que mais ou menos vinte e três milhões de eleitores não teve preferência por nenhum dos dois candidatos, para administrar o país nos próximos quatro anos. E revelou um sentimento de desencanto e decepção, que cresce a cada dia nas mentes dos cidadãos em relação à política brasileira e os políticos. Uma pesquisa exclusiva e recente, igualmente revelou um outro importante aspecto. Porém, diz respeito exclusivamente ao cidadão que participou dos últimos protestos contra o governo e governantes.  
Por ter chamado muita atenção da opinião pública, os protestos de domingo (12) contra o governo de Dilma Roussef, contra o Partido do governo (PT), a corrupção, que tinha como um dos objetivos pedir a saída da presidente, foram objeto de uma pesquisa que revelou um dado importantíssimo. Algo além das imagens tragicômicas que pudemos observar através das faixas e cartazes nas mãos dos manifestantes anti-governo. Mais precisamente, sobre o comportamento e o perfil daqueles que ocuparam a Avenida paulista na capital São Paulo, no último domingo.
Os dados da pesquisa foram elaborados pela professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP); para Esther, a “despolitização” é “impressionante”.

Transcrevo na íntegra, matéria sobre o assunto.


Pesquisa da USP mostra força da desinformação 
  

Imagens do protesto contra o governo na Avenida Paulista – reprodução/montagem/247 

  247 Uma pesquisa realizada com os manifestantes que foram à Avenida Paulista no último domingo 12, protestar contra o governo e pedir a saída da presidente Dilma Rousseff, captou a insanidade das ruas e mostrou a força da desinformação de quem tem ido aos protestos.


As respostas das 571 entrevistas com manifestantes maiores de 16 anos, feitas entre 13h30 e 17h30, mostram que 73% não confiam nos partidos, 70% não confiam nos políticos e 64% acreditam que o PT quer implantar um regime comunista no Brasil.

Dos entrevistados, 71% acreditam também que Lulinha, o filho do ex-presidente, é sócio da Friboi e 53% que o PCC é um braço armado do PT. Para 56%, o Foro de São Paulo quer criar uma ditadura bolivariana no Brasil.

“O PT trouxe 50 mil haitianos para votar na Dilma nas últimas eleições” foi uma frase que recebeu a concordância de 42,6% dos manifestantes que responderam à pesquisa. Esse resultado em especial foi criticado hoje pelo presidente do PT, Rui Falcão (leia mais).

A maioria também não aponta nenhuma liderança política como referência. Apenas 8% citaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e 12%, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os políticos que mais receberam a confiança dos entrevistados foram Geraldo Alckmin (29%), José Serra (23,8%), Aécio (22,6%) e Jair Bolsonaro (19,4%).

O levantamento foi coordenado pela professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo. “Entre um público que se autodefine como de direita ou de centro-direita [46%, segundo o Datafolha], políticos de oposição deveriam estar melhor colocados”, comentou Esther Solano. Para ela, a “despolitização” é “impressionante”.

Confira aqui a íntegra da pesquisa.

Fonte: brasil247
Imagem: reprodução/Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *