Reportagem de Sarah Teófilo, no Correio Braziliense: Os partidos DEM e MDB, que integram o bloco do ‘Centrão’ na Câmara dos Deputados, irão sair do grupo que soma 221 dos 513 parlamentares da Casa. A sáida das duas legendas dificultará a articulação do governo Bolsonaro. O líder do DEM, Efraim Filho (PB), disse ao Correio que as duas legendas entenderam que era o momento de “preservar essa autonomia regimental”. “Não teve bronca, não teve briga, não teve divergência. É uma posição em nome da autonomia do partido e vida que segue”, afirmou.
De acordo com ele, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) já teve preenchimento de vagas, e era a justificativa do momento para integração dos partidos no grupo.
O bloco hoje é formado pelo PL, PP, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, PROS e Avante – alguns estão mais alinhados com o governo (como o PP, PSD e PL) e outros tem posição de mais moderados, como o Solidariedade. Ele foi formalizado no ano passado para a formação da CMO.
Nos últimos meses, uma divisão aparece cada vez mais clara no bloco, quando alguns partidos negociaram com o governo um apoio maior com as pautas do Palácio do Planalto, e em troca indicaram nomes a cargos em ministérios. Outras legendas ficaram de fora falando em autonomia em relação ao governo.
Na semana passada, o racha ficou mais claro após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o [novo] Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O líder do bloco e do PP, Arthur Lira (AL), agiu como um articulador do governo e tentou retirar o texto da pauta, para o Planalto ganhar mais um tempo para articulações. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queria votar a matéria, manteve a votação em pauta.
Questionado sobre a relação entre o episódio do Fundeb com o “desembarque” do partido, Efraim admitiu que a votação contribuiu com a decisão tomada.
“Ali teve um episódio, que foi um requerimento de retirada de pauta por parte do bloco. O fato de a gente ter a relator[a] do Fundeb, a professora Dorinha (TO), gerou um ruído interno dentro da bancada, mas foi superado, tanto que logo depois foi retirado. Mas, para evitar repetição de episódios como esse, o curso natural das coisas era já ter feito a saída do bloco, e acho que esse episódio acaba simbolizando a saída, mas sem nenhum tipo de estresse”, disse.
Em sua página no Twitter, o líder do MDB, Baleia Rossi, escreveu apenas que a presença do partido “no bloco majoritário da Câmara se devia às cadeiras nas comissões”, “Manteremos diálogo com todos, escreveu.
O líder do PP e do bloco, Arthur Lira (PP-AL), também se pronunciou pelas redes sociais. De acordo com ele, o bloco “tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país”.
“O chamado bloco do centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira. O bloco foi formado para votar o orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia”, escreveu em sua página do Twitter.
Sucessão
Há dentro do bloco nomes distintos que são pré-candidatos à presidência da Câmara. O líder do DEM nega qualquer relação da saída do partido com a sucessão de Rodrigo Maia, mas já há muita articulação na Casa. “A influência disso na decisão (de sair do bloco) é zero. O Democratas só vai tratar disso após as eleições municipais”, afirmou Efraim Filho.
Sabe-se que o líder do Centrão, Arthur Lira, está de olho na cadeira de Mais, que quer fazer um sucessor. Dentro do PP há, ainda, Aguinaldo Ribeiro (PB), além de outros nomes do Centrão, como o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP).
Novo Bloco
Efraim nega que o DEM e o MDB estejam saindo do bloco do Centrão para criarem um novo bloco. Perguntado se outros partidos iriam sais do bloco para criar um novo grupo, o deputado disse não saber. “Tem várias conversas que eu não estou acompanhando”, disse.
Na semana passada, o deputado Glaustin Fokus (PSC-GO) disse ao Correio que discute-se a formação de uma espécie de “grupo 2”, descolado da figura de Arthur Lira. Há conversas entre o PSL, PSC e PROS neste sentido.
“A ideia é fazer um grupo, é fazer uma divisão. Trilhar o mesmo caminho (do PP), mas em um caminhão diferente, em ônibus diferentes. Ms continuando na base do governo”, relatou. O parlamentar afirmou que ainda não havia nada certo, e que isso não era resultado de uma divisão de apoios.
[“Nada a ver com eleição”, diz Maia sobre saída do DEM e do MDB do Centrão: “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou nesta terça-feira (28) nota em que classifica como natural a saída do DEM e do MDB do Centrão, anunciada ontem. Segundo ele, o desligamento do grupo nada tem a ver com a eleição para a presidência da Casa, marcada para fevereiro de 2021. De acordo com o deputado, a aliança partidária só ocorreu para a composição d Comissão Mista do Orçamento.]
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