Protestos, manifestações e bloqueios de estradas pelos caminhoneiros voltaram a acontecer nesta sexta-feira. A reunião do governo federal no último dia 25 com entidades representativas da classe surtiu pouco efeito. No Sul, crescem o número de estradas estaduais bloqueadas e alguns conflitos com a polícia militar já foram registrados. “Governo negocia com as pessoas erradas”, disse Ivar Schimidt, um dos líderes do Comando Nacional dos Transportes.
Segundo ele, os ministros se reuniram com sindicatos e associações que não têm contato com os caminhoneiros que estão parados.
Na reunião de quarta-feira (25), em que foi anunciado um acordo com parte dos representantes do setor para o desbloqueio das vias, Schimidt disse que não foi ouvido. E que as manifestações continuariam porque um dos principais pleitos dos trabalhadores não foi atendido.
Além de outras medidas, como revisão dos preços das tarifas do deságio, os caminhoneiros querem a redução em R$ 0,50 do preço do óleo diesel, principal ponto das suas reivindicações.
Por outro lado, o ministério público já anunciou procedimentos para cobrar entre R$ 5.000 e R$ 10 mil por hora dos caminhoneiros que continuarem bloqueando as estradas. Os nomes daqueles que forem multados por infração de trânsito serão enviados aos juízes para viabilizar a cobrança dos multas por descumprimento das ordens judiciais de desbloqueio, disse o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo.
De acordo com informações do site de notícias BemParaná, Ivar Schimidt e outros cem líderes dos caminhoneiros, espalhados por em cerca de 128 pontos pelo Brasil, se articulam para a manutenção do protesto por meio de um grupo do WhatsApp. “Se o governo acha que as medidas vão acabar com bloqueios, é só esperar para ver”, disse Schimidt.
“Para tentar evitar as multas, os caminhoneiros estão liberando as vias e parando
em pontos fora da estrada. Ao contrário de outros estados, a maioria dos pontos
está com interdição parcial, onde os manifestantes liberam o tráfego dos carros
pequenos, de cargas vivas e perecíveis e de emergências.”
As notícias nos dão conta ainda que, “líderes da categoria em Santa Catarina, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso e no Espírito Santo disseram discordar das medidas propostas e afirmaram que não se sentiram representados no encontro. “Não houve indicações estaduais por parte dos caminhoneiros, foi manipulação”, diz Gilson Pedro Pelicioli, um dos líderes do movimento em Lucas do Rio Verde (MT).
“As interdições ocorrem nas cidades de Peabiru, Campo Mourão, Guaíra, Arapongas, Irati, Ibema, Mamborê, Coronel Vivida, Paranavaí, Ortigueira, Toledo, Vitorino, Cornélio Procópio, Florestópolis, Goioerê, Francisco Beltrão, Ampere, Realeza, Astorga, Faxinal, Palmas, Marianópolis, Marmeleiro, Clevelândia, Chopinzinho, Dois Vizinhos, Santa Fé, Paiçandu, Umuarama, Arapongas, Cambé, Flórida, Pitanga, Jardim Alegre, Nova Prata do Iguaçu, Moreira Sales, Manoel Ribas, São João e Itapejara do Oeste”, informa o BemParaná.
As principais reivindicações dos caminhoneiros são: a redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.
Pitaco do blog – Todo o cidadão tem o direito à manifestações e protestos quando deparados com medidas governamentais que venham a prejudicar a classe a qual pertença. No entanto, deve-se ter consciência cívica e saber o limite entre seus deveres e seus direitos, perante a sociedade em geral. Atitudes extremas de qualquer das partes envolvidas podem gerar violência e confusão, dificultando a solução do problema. Ações que levem a prejudicar as pessoas e desrespeitar a liberdade dos próprios companheiros de luta, podem se reverter em derrota para a própria classe. Já vimos esse filme antes.
Não é preciso ser um especialista em sociologia para saber que a saída sempre será a busca da solução pelas vias democráticas. Negociando com bom senso até se chegar ao ponto de equilíbrio, que signifique vitória para ambas as partes. A classe dos professores no Estado do Paraná provou isso, diante de medidas parecidas tomadas pelo governo estadual. O protesto pacífico deve ser contundente, mas sem perder sua legitimidade. E paralelamente, ser desenvolvido com a constante manutenção do diálogo, sob pena de não se chegar a lugar nenhum. É difícil. Mas todos os segmentos representativos dos caminhoneiros, uma classe importante para o país, devem buscar a união para atingir seus objetivos. Jamais se negar à negociação e evitar o impasse a qualquer custo. Caso contrário é a instalação do caos, onde o prejuízo é de todos.
Fonte: BemParaná
Imagem: reprodução/créditos foto: Franklin de Freitas
Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
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