O povo brasileiro sabe, ou veio a saber recentemente sobre os anos de obscurantismo vividos no pós-golpe militar de 64. Sob a falsa promessa de se combater o “terrorismo”, o regime ditatorial instalado no Brasil entre os anos de 1964 até 1985 renegou os ideais da democracia e os direitos constitucionais. E por conseguinte, privou o cidadão brasileiro de seus direitos da liberdade de expressão e pensamento.
Os EUA eram favoráveis e apoiaram o golpe, sob o pretexto de ajudar o Brasil defender a Democracia. O governo brasileiro flertava com o comunismo soviético. Era preciso salvar o Brasil das forças do mal. Eram tempos de incerteza e insegurança.
Os americanos trataram de subsidiar as ações de setores poderosos que contribuíram para o golpe. Eram o poder militar, aliado ao poder da imprensa e dos meios de comunicação. Por outro lado, emergiam os grupos minoritários de oposição que absorveram as ideias dos russos. Eram os assim chamados “subversivos” ou “grupos terroristas”. Venceram os primeiros. O governo civil supostamente conivente com as ideologias políticas dos russos, foi deposto. Os militares assumiriam o poder, como era a vontade e almejavam as autoridades americanas.
Este regime de governo perduraria por longos 21 anos. E sabe-se agora que autoridades americanas trabalharam nos bastidores para que o sucesso do golpe (ver documentário). Inclusive plantando informações falsas através da imprensa para derrubar o então presidente do Brasil, João Goulart. A história provou quem ambos os lados estavam errados. A exposição dos erros cometidos viria mais tarde, através dos fatos históricos só revelados nos tempos atuais. Ficou claro como um dia de sol, que o tempo todo os Estados Unidos estavam por detrás do golpe, alimentando a conspiração que resultou na tomada do poder pelos militares. Obviamente seus interesses eram outros, que não a soberania e a democracia da nação brasileira. O objetivo era defender a todo custo a possibilidade de trazer o Brasil para seu lado e se beneficiar economicamente.
Neste ano de 2013, o golpe de 1964 completa 49 anos. A partir de 1986, seguiram-se tempos novos. Embates e demandas políticas dominaram o cenário nacional, até que a Democracia começasse a ganhar sobrevida no seio da sociedade brasileira. Surgiu o importante movimento político denominado “diretas já”. Dentro do processo político de redemocratização do país, agremiações partidárias começavam a ouvir a voz do povo, que clamava por mudanças. Longas batalhas ideológicas se sucederam visando a instalação de um modelo verdadeiramente democrático para o país.
Culminou com a consolidação da Constituição Federal de 1988, chamada “cidadã”. Certo que mesmo carecendo de ajustes e revisões, hoje é constantemente vilipendiada. Por outro lado, existem aqueles que não estão devidamente preparados para o exercício de seus preceitos. Posto que a liberdade exige responsabilidade e passa necessariamente pela questão do livre arbítrio de cada um. No entanto, para trilhar esse caminho é necessário que o conjunto de direitos e deveres preconizados constitucionalmente, sejam de pleno conhecimento dos cidadãos.
Se existiram grupos radicais que aderiram à luta armada, paralelamente uma grande parte da população desejava algo muito além da tentativa de imposição de qualquer ideologia política. Era o sonho da liberdade democrática ampla e irrestrita. Muitas dessas pessoas, até o presente momento lamentam a morte ou desaparecimento de amigos e entes queridos, vítimas daquele regime. Nunca ninguém lhes deu qualquer satisfação ou explicação sobre o que realmente acontecera. Somente agora vem à tona, casos de tortura envolvendo até crianças que antes não podiam ser revelados. Alguns sobreviveram à “Cadeira do Dragão” ou ao “Pau de Arara” e hoje são testemunhas da triste experiência. Outros, foram sumariamente executados depois da tortura.
“O tempo é senhor da razão – disse um sábio. Porém, a história é mãe da sabedoria“.
Imagem: reprodução/Inesc

Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
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