“A presidente Dilma Rousseff e
o vice Michel Temer participaram nesta quarta-feira (16) de cerimônia
militar no Clube do Exército, em Brasília. Durante a cerimônia, a banda
militar tocou a música “Amigos para sempre”, após o momento em que Dilma e Temer
cumprimentaram os oficiais generais das Forças Armadas.
Em seguida, os participantes do evento seguiram para o salão onde ocorreram
os discursos e o almoço. Após as falas e antes da refeição, Dilma e Temer se
cumprimentaram com beijo no rosto. Os dois se sentaram lado a lado durante o
almoço e deixaram o evento juntos.
A presidente não falou com os jornalistas sobre o rebaixamento da nota do
Brasil pela agência de classificação de risco Fitch. Ao deixar o local, Dilma
brincou com os repórteres depois de uma jornalista dizer que queria dar os
parabéns pelo aniversário, que foi comemorado nesta segunda (14).
Foi o primeiro evento público em que os dois aparecerem juntos desde que
Temer enviou à presidente carta na qual apontou desconfiança da petista em
relação a ele. Esta carta (leia aqui a íntegra), enviada no último dia 7, gerou
mal-estar entre eles e intensa repercussão política em Brasília.
Somente dois dias depois do vazamento do conteúdo da carta – e após diversas
conversas entre interlocutores da presidente e do vice –, Dilma e Temer se
reuniram, por cerca de uma hora, no Palácio do Planalto.
O resultado da conversa entre eles foi o anúncio, por parte dos dois, de que
a relação entre eles será “institucional” de agora em diante.
O desgaste na relação entre a presidente e o vice ocorre em meio à maior
crise política vivida pelo governo desde que Dilma e Temer chegaram ao Palácio
do Planalto, em 2011.
Além do processo de impeachment da petista autorizado pelo presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governo vive as mais baixas
taxas de popularidade – segundo pesquisa Ibope, 9% dos eleitores consideram a
gestão “boa” ou “ótima”, enquanto 70%, “ruim” ou “péssima”.
O governo também enfrenta resistência de alas dissidentes do PMDB, que
defendem a saída do partido do governo e o impeachment de Dilma.
Sobre o impeachment, a expectativa está em torno do julgamento pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), na tarde desta quarta, de ação movida pelo PC do B na
qual a legenda questionou atos de Eduardo Cunha no processo, como o que
autorizou, por votação secreta, a eleição de uma chapa avulsa, composta por
deputados da oposição e dissidentes da base, para compor a comissão especial
destinada a analisar o processo.
No evento, Dilma discursou antes do almoço e afirmou que o país precisa dos
projetos estratégicos que estão em desenvolvimento nas Forças Armadas e
assegurou que projetos prioritários não serão comprometidos com a necessidade de
ajuste fiscal.
Dentre os projetos prioritários destacados por Dilma estão o sistema de
monitoramento das fronteiras, do Exército, a construção do submarino nuclear,
pela Marinha, e o FX-2, que escolheu o caça sueco Gripen como a nova aeronave de
combate da Força Aérea Brasileira.
Dilma citou também a aeronave KC-390, que está sendo desenvolvida pela
Embraer para transporte de carga e pessoas. A presidente afirmou, ainda, que a
indústria de defesa ocupa um papel essencial em todos os países
desenvolvidos.
“Reitero também que o Brasil precisa dos projetos estratégicos que estão em
desenvolvimento nas Forças Armadas. Meu governo compreende a importância de
desenvolvermos a base industrial de defesa brasileira e nos capacitarmos
tecnologicamente em áreas estratégicas. Mesmo em momento de reequilíbrio fiscal,
precisamos olhar sempre que revisões de prazos e adaptações não podem
interromper um processo que as Forças Armadas têm levado a cabo”, disse.
“Reconheço o esforço [dos militares com o orçamento] e asseguro que os
projetos prioritários não serão comprometidos”, afirmou.
O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, discursou antes da presidente e destacou o
papel das instituições militares no Brasil.
“São instituições fundadoras da nossa nacionalidade, construtoras do estado
brasileiro e criadoras de valores que cimentam a identidade mais profunda e o
sentido de permanência da nossa nacionalidade. As instituições que ajudaram a
criar a ideia de Brasil quando ela não existia. Ajudaram a fazer a escolha de um
Brasil e não de dois, três ou mais Brasis”, afirmou.
Primeiro a discursar, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas,
disse que as Forças Armadas não são exaltadas pela busca do protagonismo e que
estão “firmemente” dedicadas a contribuir para a estabilidade
institucional.”
Fonte: cidadeverde
Imagem: reprodução/jornale

Sobre o Fundador
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