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Anvisa aciona PF, PGR e governo após novas ameaças a diretores e servidores

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu novas ameaças de violência e morte após dar aval para o uso da vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Neste domingo (19), a reguladora encaminhou novos ofícios pedindo proteção a diferentes autoridades como o Gabinete de Segurança Institucional, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República, a Diretoria-Geral da Polícia Federal e a superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal.

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“O crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os autores e apurar responsabilidades”, detalhou a Anvisa, pedindo urgência nas ações em busca de proteção policial. No pedido, a agência coletou publicações feitas nas mídias sociais com intimidações e ofensas.

De acordo com a agência, “esse fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”. 

A agência já tinha entrado com solicitações de investigações em novembro deste ano, quando as primeiras ameaças de morte chegaram através de e-mails. “Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil.”

Internamente, os membros da Anvisa já esperavam as retaliações depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou, na live tradicional de quinta-feira (16), que iria solicitar o nome dos servidores responsáveis pela aprovação do uso da Pfizer em crianças. A fala foi interpretada como uma forma de intimidação.

Na live, Bolsonaro disse que queria “divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e forme o seu juízo”. Antes mesmo das novas ameaças, a Anvisa há havia se posicionado após a fala do mandatário, alegando que todos os servidores são responsáveis pelas análises técnicas. “Todas as suas resoluções estão direta e indiretamente atreladas ao nome de todos os nossos servidores, de modo ou de outro.”

O diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres, reforçou, na sexta-feira (17) a posição da reguladora. “Somos legalistas, somos cumpridores do que a lei determina, teremos total tranquilidade em fornecer informação que a nós for solicitada quanto às participações em nossos atos de análises e no [âmbito] administrativo”, disse.

Ressaltou, ainda, a preocupação com as ameaças e destacou que o inimigo é a Covid-19 e não é a Anvisa, que realiza um trabalho técnico. “Não é tempo de violência e sentimentos menores”, disse, complementando que quem decide por incorporar ou não o novo público ao PNI (Programa Nacional de Imunização) é o Ministério da Saúde. 

Via: Correio do Povo

Imagem: reprodução/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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