O último romance de Dan Brown, O simbolo perdido, já chegou às livararias do Brasil. As diversas passagens narradas no livro e a realidade dos fatos que envolvem maçons e maçonaria comprova uma disparidade explícita. Diante da incredulidade dos leitores maçons ou não, o escritor enviou uma carta à Maçonaria dos EUA […]
Como recebi uma cópia desta carta por e-mail, de um membro regular da Instituição maçônica, não tive dúvidas quanto a veracidade da mesma. Mesmo assim procurei checar informações através dos sites exclusivamente maçônicos. Um deles, que julgo ser um dos mais sérios com referência fidedigna perante a Maçonaria mundial é o Pietre-Stones Review of Freemasonry, e lá estava uma cópia do original da carta. Acontece que, Brown havia sido convidado para a Sessão Bi-anual do “Ancient Accepted Scottish rite” (Rito Escocês Antigo e Aceito) – jurisdição sul de Washington – que é o praticado no Brasil, a fim de debater o conteúdo do livro. Nesta carta (ver original e tradução abaixo) o autor se desculpa de sua ausência devido estar muito ocupado com a divulgação da obra e reconhece a importância da Ordem Iniciática.
Acontece também, que nesta semana recebi de presente do meu filho, um exemplar da revista Super Interessante (edição 272) que tráz um resumo comentado do Simbolo Perdido, além da publicação de um texto Desifrando a Maçonaria (pg. 64) que pretendo cometar mais tarde. Por ora, vamos ao resumo.
Ainda não li o livro, a Super destaca alguns trechos da obra apontando o que é verdadeiro com relação ao que está escrito.
Trechos destacados:
– O vilão tatuado chamado Mal’akh, bebe vinho em um crânio humano. Ele tem um plano que é expor maçons poderosos e arruinar o Estado americano (em vista que muitos presdentes dos EUA foram maçons e a capital Washington fora construída conforme a filosofia maçônica).
– O personagem Robert Langdon, simbologista, que acredita que vai dar uma palestra no Capitólio a convite do maçon Peter Solomon que é sequestrado por Mal’akh, de quem Langdon só encontra a mão direita.
– Langdon explica à segurança e à CIA que o Capitólio contém uma infinidade de símbolos maçônicos. Alguns sugerindo que George Washington é Deus. Langdon conclui que que foi convocado para uma Gincana: salvar a vida de Solomon, e precisa encontrar uma lendária pirâmide maçônica e descobrir uma palavra perdida.
– Depois de alguns contratempos, no enredo aparece a irmã de Solomon, Katherine, “autoridade em ciência noética (?). Mal’akh explode seu laboratório mágico. A dupla Katherine e Langdon decifram códigos e enigmas que o levam a uma casa misteriosa, que pertence ao vilão que prende e esfaqueia Katherine e joga Langdon em um aquário – revela que “a pirâmide está na Casa do Templo, um centro maçônico para onde partem Mal’akh e Solomon – ele está vivo! Langdon também está: o tanque não tinha água, mas um líquido respirável.”
– No terraço Mal’akh ameaça: se Solomon não revelar a “palavra perdida” colocará na rede um “vídeo de poderosos participando de um ritual de Maçônaria. Solomon revela a palavra e o vilão tatua na cabeça.
– E no “mata-não-mata, quando chega a CIA de helicóptero, destroem a torre que transmitiria o vídeo proibido dos maçons e quebram vidraças, cujos estilhaços matam Mal’akh.”
– No decorrer do romance é revelado que Mal’akh é filho de Solomon que lhe dá a palavra falsa, “mas revela a verdadeira a Langdon. Na verdade não é uma palavra, mas um símbolo. Perdido,claro. Visto do alto, o monumento se parece com um círculo com um ponto no meio. Qual o siginificado de um círculo com um ponto no meio? Segundo Dan Brown, é um lembrete de um ensinamento escondido a olhos vistos nos livros sagrados: todos os homens podem ser divinos.”
Comentários sobre os trechos destacados:
– Mal’akh em hebraico: “anjo”.
– “Rituais maçônicos têm caminhadas com vendas e lâminas contra o peito, mas nada de drinques de sangue.”
– A palavra simologista é uma invenção de Dan Brown – Quem estuda símbolos é um semiólogo. Como o selo na capa do livro.
– “Langdon diz que os fundadores da América não eram cristãos, mas deístas, e tinham o objetivo de fundar uma nova religião, inspirada na Antiguidade. Mas os historiadores, menos empolgados, encaram as referâncias à Antiguidade clássica presentes nas homenagens a George Washinton, que morreu em 1799, coerentes com as estética neoclássica da época. Em obras de arte, o herói da nação foi retratado como um legislador grego e como Zeus. O quadro Apoteose de Washinton, de 1836, mostra o primeiro presidente dos EUA cercado por figuras da mitologia – esse afresco pode ser visto no teto do Capitólio.”
– “Bem abaixo da cúpula fica a sala ocnhecida como a Cripta do Capitólio. Ela deveria abrigar o corpo de George Washinfton, o que nunca aconteceu, e hoje é um museu. Não existe ali a sala maçônica descrita no livro. Mas há, de fato, um compasso talhado no chão, marcando o centro exato da cidade.”
– A personagem noética brinca que o pessoal irá pesquisar na Internet sobre “ciências noéticas”. Nem vale o googlada – “o Instituto de Ciências Noéticas foi fundado em 1973 peo astronauta Edgar Mitchel (missão Apolo 14), fora Dan Brown ninguém leva a sério este instituto.
– A sede do Rito Escocês da Maçonaria nos EUA é um prédio retangular com uma cúpula, o que dá a impressão de uma pirâmide – “Dan Brown forçou a barra.”
– O que parece ficção mas é verdade é o líquido respirável, onde Langdon fica preso. Chama-se “câmara de ventilação líquida total” em teste nos EUA há 45 anos.
– É verdade que governadores, senadores e congressistas americanos são maçons. Mas, se não divulgam esta condição, também mantem-se discretos quanto a isso. “Dificilmente um video abalaria os pilares dos EUA. Só Obama bebendo vinho em caveira.” (Aqui cabe uma ressalva. Beber em um crânio, como fora dito, não existe. Mas, o presidente atual dos EUA comprovadamente é um iniciado).
– Quanto à faca de Abraao, ninguém sabe ao certo se é ficção ou realidade. “Não tem base nem nos mitos judaicos ou cristãos.”
– Por fim o simbolo perdido não é chave para nada. “No fundo a chave está dentro de cada um.”
Aqui termina o resumo comentado da revista do romance de Dan Brown, que se refere no final ao filme 2012. Também na área da ficção.
É uma grande honra para mim ser convidado a saudá-los mediante esta carta. Esperava poder estar com vocês esta noite pessoalmente, porém o lançamento do meu livro “O símbolo perdido” me manteve longe de Washington.
Nas últimas semanas, como poderiam imaginar, me preguntaram várias vezes o que me atraiu tanto dos maçons como para fazer deles o ponto central do meu novo livro. Minha resposta é sempre a mesma: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de qual definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar adequadamente o profundo respeito e admiração que sinto por uma organização na qual homens de crenças diferentes são capazes de “partilhar o pão juntos” num laço de fraternidade, amizade e camaradagem.”
Por favor, aceitem meus humildes agradecimentos pelo nobre exemplo que constituem para a Humanidade. É o meu sincero desejo de que a comunidade maçônica reconheça “O Símbolo Perdido” como o que na realidade é: um intento honrado de explorar reverentemente a história e a beleza da Filosofia Maçônica.
Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
Bacharel em Administração. Ex-servidor da Previdência e ex-Banco do Brasil.
Com o propósito simples — mas essencial — de ser útil de alguma forma, Guaraci Primo apresenta neste espaço um reflexo de seus interesses e experiências. Seus gostos por literatura, cinema, futebol, humor e política, o tornaram um redator ao longo dos anos e através de suas postagens, você encontrará um mix equilibrado de opinião, informação e entretenimento, sempre ilustrado com imagens e vídeos de qualidade.
Guaraci acredita que autoaperfeiçoamento, força de vontade e motivação são pilares fundamentais para o sucesso pessoal e coletivo.
Ele também vê a web como um extraordinário instrumento democrático para a divulgação de ideias, conhecimento e reflexão.
— É exatamente isso, que pretendo oferecer por aqui:
um espaço livre, criativo e acessível, onde o pensamento crítico e o bom humor caminham lado a lado.
Com determinação e leveza, espero alcançar o maior número possível de pessoas — e que cada visitante se sinta à vontade para expressar suas opiniões de forma civilizada e democrática, sem distinção de sexo, raça, credo ou condição social.
Guaraci Primo.
Sobre o Fundador
Guaraci Primo é o criador e editor do Blog Seu Guara. Apaixonado por futebol e atento às transformações políticas e sociais do país, Guaraci iniciou o projeto em 2008 como uma forma de unir duas de suas grandes paixões: o esporte e o jornalismo.
Com experiência acumulada em redação, análise e curadoria de conteúdo, ele construiu ao longo de mais de uma década um espaço respeitado, reconhecido pela credibilidade e pela forma equilibrada de tratar temas sensíveis.
Sua visão editorial se baseia na ideia de que informar é um ato de cidadania, e que todo leitor merece acesso a conteúdos que estimulem a reflexão e a consciência crítica.
Sob sua liderança, o Blog Seu Guara segue fiel à sua essência: falar com verdade, ouvir com respeito e publicar com responsabilidade.