É a primeira vez que o Blog do Guara recebe um gesto de colaboração espontânea. O advogado e economista, Carlos Fernando Priess, me enviou uma matéria para publicação, que vai de encontro a um dos temas que exploramos nesse espaço. Transcrevo na íntegra o texto. Demonstra aspecto importante da realidade político-social em nosso país. Um reflexão necessária sobre a luta da classe dos professores do ensino estadual, pela dignidade no exercício do Magistério. Um assunto sério, que faz parte da solução dos graves problemas relacionados com a Educação pública.
O Dr. Carlos, mantém um Blog na Rede Social de História, Café História. Onde compartilha suas ideias e seus conhecimentos, em favor do direto à cidadania, e do progresso da sociedade em geral. À Ele, nossos agradecimentos.
Boa leitura.
A Revolução do Magistério!
Escreveu Carlos Fernando Priess (*)
A greve dos professores, criticada por uns, elogiada por outros, nos traz uma grande lição, na qual temos que refletir. Num país, reconhecidamente, em pleno desenvolvimento, onde deputados e senadores percebem uma fortuna, impossível entender, como os professores ganham tão mal.
Os professores exercem sua atividade, depois de um longo preparo, de um saber especializado, adquirido depois de processo de aprendizagem, que permite preparar as crianças, os jovens em todas suas etapas, adultos igualmente, capacitando de forma a enfrentar a vida, o trabalho, a sobrevivência, formando também novos mestres.
A docência, o magistério, como atividade profissional exige uma formação especializada, para que os resultados sejam promissores, no entanto, são mal pagos e reconhecidos.
Pensamos, refletimos, sobre os prejuízos, em termos imediatos, sofridos pelos alunos, mas a situação dos professores em geral, é muito grave e o nível de insatisfação dos mesmos, também, dos que sabem avaliar o papel importante dos mestres, é muito grande.
O salário mínimo do professor brasileiro, segundo os acordos impostos a classe, está na ordem de R$ 1.187,08, para um trabalho de 40 horas, enquanto Deputados e Senadores passaram a perceber um teto de R$ 26.700,00. Os parlamentares tiveram um aumento de 61,8%, os trabalhadores em geral 5,9%, elevando o salário mínimo para R$ 540,00, e os professores neste ano, apenas 8,5%.
Importante lembrar o desvio do dinheiro da merenda escolar, em vários municípios brasileiros, como foi divulgado pelo Fantástico, onde a criança, com fome não aprende, esbarrando na certeza de impunidade desses políticos, que, desgraçadamente como eleitor “não tem memória“, continua votando nesses corruptos.
Diante desse quadro, ficamos extremamente assustados e preocupados, pois os chamados representantes do povo, como delegados da população, não tem a mínima noção da educação.
A greve dos professores, que assistimos recentemente, precisa ser entendida como um movimento necessário, até para nós eleitores, para não cometermos o erro de reeleger os parlamentares, que nos envergonham e atentam contra a democracia.
Vivemos, quem sabe, sem qualquer exagero, uma revolução do magistério.
Importante que se compare, até, com a situação da França no século XVIII, que vivia uma extrema injustiça social, em seu antigo regime absolutista e com a sua revolução, derrubou todos os privilégios e conceitos daquela sociedade, dando ao mundo e não só aos franceses, uma nova situação social.
Foi um marco na história moderna, trazendo direitos sociais que passaram a ser respeitados, consagrando os direitos do homem e do cidadão.
Portanto, a greve dos professores, ocorrida em quase todos Estados, foi antes de tudo um movimento que, esperamos, tenha chamado a a tenção da sociedade para o descontentamento da categoria, com a política governamental, que remunera de forma vergonhosa o magistério em nosso país.
Os professores precisam, antes de tudo, de salários decentes.
(*) Advogado/Economista – carlos@priess.com.br.
Abaixo, manifestação dos professores do estado, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
Bacharel em Administração. Ex-servidor da Previdência e ex-Banco do Brasil.
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