Na noite desta Terça-feira (30/08), a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi absolvida pela maioria dos seus colegas parlamentares, e está livre do processo de cassação. Foram 265 votos a favor da manutenção do seu mandato e 166 contra, com 20 abstenções. Flagrada em um vídeo, em 2006, recebendo grana de propina do delator do mensalão do DEM do distrito federal, Durval Barbosa, que levou à prisão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, a deputada era alvo de acusação de quebra do decoro parlamentar.
No discurso de sua defesa a deputada não mencionou o vídeo, mas admitiu que o dinheiro seria para caixa 2 de campanha. O mesmo esquema do mensalão do pessoal do PT, que ganhou outra dimensão e resultou na incriminação de vários de seus afiliados, ainda em julgamento no STF.
A defesa da deputada alegou que o fato (ilícito) ocorreu quando Jaqueline Roriz ainda não exercia o mandato. Em plenário, seu advogado, José Eduardo Alckmin (Alckmin!?), tornou a mencionar o argumento lembrando o parecer elaborado pelo ex-deputado José Eduardo Cardozo, hoje ministro da Justiça, que em 2007 pediu o arquivamento de processo similar contra o ex-deputado Raul Jungmann (acusado de irregularidades em sua gestão como ministro do
Desenvolvimento Agrário no governo Fernando Henrique Cardoso).
Isto teria influenciado sobre-maneira o voto protetor de seus pares, que como a deputada, se locupletam do poder em detrimento do bem à sociedade em geral, principal motivo para o qual foram eleitos. Nadam de braçada nos oceanos da impunidade, beneficiados pela prerrogativa injusta da imunidade parlamentar, que não dá pra engolir.
Há ainda outra couraça hipócrita a disposição dos nobres parlamentares. O voto secreto nas casas legislativas. Ninguém sabe quem é o parlamentar que vota a favor de golpes contra a democracia, e contra a tolerância do pobre cidadão correto. Uma prova contundente do espírito de corpo reinante na casa que era para ser do povo e atende interesses próprios. É o falso político se aproveitando do corporativismo, nocivo ao bem comum.
Posicionando-se contra a decisão da câmara, em seu pronunciamento, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), “pediu a aprovação da PEC 50/2006, do senador Paulo Paim (PT-RS), que propõe o fim dessa modalidade de voto”. Talvez seja aprovada (duvido!), para por fim a esse maléfico e covarde instrumento de corrupção, favorável ao estabelecimento da corrupção.
Randolfe, concluiu lembrando a etimologia da palavra candidato, que vem do latim: aquele que é cândido, aquele que é limpo. Exatamente o contrário do que vemos na conduta nada ilibada da maioria dos nossos parlamentares. Ao contrário, o mau caratismo e a cara de pau parecem ser qualidades indispensáveis para o exercício do mandato político.
Está cada vez mais difícil acreditar que a reforma política, que o Brasil precisa com urgência, passará vitoriosa no Congresso Nacional. A parte podre é maior que a parte sã. Não tem como ficar impassível e não se indignar.
Guaraci Celso Primo é do Paraná, Sul do Brasil.
Bacharel em Administração. Ex-servidor da Previdência e ex-Banco do Brasil.
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