O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), registrou na sua conta no Twitter sua felicidade ao repercutir pesquisa Datafolha que mostra 75% dos brasileiros entrevistados apoiam a democracia. Sem mencionar situações ou fatos específicos, Maia lamentou que existam discussões em relação à posturas totalitárias e antidemocráticas “em pleno Século XXI”.
“Fico feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por ver que o brasileiro não permitirá um retrocesso institucional. Triste por ter que, em pleno Século XXI, me preocupar com uma discussão que já deveria estar enterrada”, escreveu Maia em uma das quatro postagens que fez na rede social.
Maia relatou que que nasceu no Chile em 1970, e que é filho de um brasileiro e uma chilena perseguidos pela ditadura: o ex-prefeito do Rio Cesar Maia e Mariangeles Ibarra, pais do atual presidente da Câmara dos deputados. “Saímos de lá no ano seguinte com a chegada de Pinochet ao poder”, contou, em referência ao general e ditador Augusto Pinochet que ficou no comando do Chile no período de 1973 a 1990.
“Meus pais conheceram a dor da separação forçada e o abuso da força da ditadura”. “Por mais que uma minoria ainda tente ressuscitar o terror, o horror da ditadura não retornará tão cedo por aqui”. Maia disse ainda que hoje é “dia feliz para os que prezam os direitos humanos, as minorias, o respeito e a diversidade” e “dia triste para os saudosistas do autoritarismo”, lembrando que neste dia 28 de junho, é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT.
A pesquisa Datafolha, publicada neste domingo, mostrou que o apoio do brasileiro à democracia atingiu o maior índice da série histórica. Maior apoio registrado desde 1989, quando o Instituto começou a pesquisar este dado. Segundo o Datafolha, em meio ao agravamento da crise política do governo Bolsonaro, 75% dos entrevistados consideram o regime democrático o mais adequado, enquanto 10% afirmam que a ditadura é aceitável em algumas situações.
Em dezembro, quando foi feita a última sondagem com a mesma pergunta, 62% apoiavam a democracia e 12% das pessoas ouvidas apoiavam a ditadura. Entre aqueles que se mostraram indiferentes o percentual caiu de 22% para 12%.
No período em referência na pesquisa, houve um recrudescimento da crise no Brasil, com o enfrentamento direto de Bolsonaro com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, que insatisfeito com as decisões dessas instituições, apoiou atos pedindo o fechamento de outros poderes e insinuou o uso das Forças Armadas em seu favor.
Na pesquisa realizada pelo Datafolha por telefone, foram ouvidas 2.016 pessoas nos dias 23 e 24. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: Correio24horas
Imagem: reprodução/divulgação:Câmara dos deputados
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